sexta-feira, 3 de julho de 2015

Mitologia grega - A caixa de Pandora

Os Gregos eram politeístas, isto é, adoravam vários deuses, que para eles eram descendentes da terra - Gaia - e do céu - Urano, acreditavam que esses deuses tinham forma humana, embora fossem mais belos e poderosos que os homens, imortais e possuidores de poderes mágicos. Os deuses gregos revelavam também qualidades e defeitos semelhantes aos dos seres humanos: apaixonavam-se, sofriam, conheciam aventuras e desventuras e os Gregos falavam deles como se fossem pessoas: contavam a história da sua vida, as suas lutas, sentimentos... O Monte Olimpo é o ponto mais alto de toda a Grécia com uma altitude de 2 917 m.  Na antiga Grécia foi considerado a casa dos deuses importantes. 


O conjunto das histórias maravilhosas da vida dos deuses e heróis gregos chama-se mitologia. A mitologia grega era assunto principal nas aprendizagens das crianças da Grécia Antiga, como meio de orientá-las no entendimento de fenômenos naturais e em outros acontecimentos que ocorriam sem o intermédio dos homens. 


 Um desses mitos é o da Caixa de Pandora, que tem a finalidade de mostrar que ao homem imprudente e temeroso são atribuídos os males humanos como consequência da sua falta de conhecimento e previsão.  
Em tempos muito, muito longínquos, não existiam mulheres no mundo, apenas homens, que viviam sem envelhecer, sem sofrimento, sem cansaço. Quando chegava a hora de morrerem, faziam-no em paz, como se simplesmente adormecessem.  Mas um dia, Prometeu (cujo nome significa "o que pensa antecipadamente", isto é, Previdente) roubou o fogo a que só os deuses tinham acesso e deu-o à Humanidade para que esta sobrevivesseDevido a isso foi punido pelo deus dos deuses (Zeus)permanecendo preso por correntes ao Monte Cáucaso, com seu fígado devorado por um abutre diariamente por trinta mil anos. 


Prometeu, antes de ser punido, preveniu seu irmão, Epimeteu, que recusasse todo presente vindo de Zeus. Não foi, porém, levado a sério por seu familiar, que logo aceitou Pandora como esposa. Pandora, na mitologia grega, é considerada como a mulher que, como Eva nos mitos bíblicos, é criada para tentar e seduzir o homem, provocando sua destruição. Ela era a filha mais velha de Zeus, a portadora de todos os dons. Ao completar nove anos, ela teria sido presenteada pelo pai com um colar antes pertencente a Prometeu. Há várias versões desta história, mas a essência é basicamente a mesma.  

Algumas afirmam que a caixa pertenceria a Epimeteu. Hipnotizado pela beleza de Pandora, ele teria adormecido profundamente, quando então ela teria desvelado o conteúdo da arca e assim dado fim à chamada Idade de Ouro da Humanidade. 
Algumas dizem que a famosa caixa pertenceria à mulher, que nela guardaria suas lembranças, tornando-se prisioneira de uma delas, a tristeza de ter o colar de Prometeu destruído. Não conseguindo se libertar desta maldição, ela teria se suicidado aos 36 anos. Nesta mesma linha, alguns sustentam que a moça teria levado consigo, no casamento, um recipiente contendo todas as desgraças que poderiam destruir a humanidade, tais como a velhice, o trabalho, a doença, a loucura, a mentira e a paixão. Epimeteu teria, por curiosidade, aberto a peça, involuntariamente liberando no mundo estes terríveis males. Dentro deste receptáculo teria restado apenas a esperança, única dádiva ali presente.  

Outras histórias dizem que quando Pandora abriu a caixa e quase todos os males que estavam lá dentro foram libertos, coisas tão ruins a amedrontaram fazendo-a fechar a caixa, porém, o último e mais importante permanecera dentro da caixa, o destruidor da esperança, que na verdade era outra mulher esperando para trazer a desgraça ao mundo. Por isso, a mulher ficou conhecida como o grande mal da humanidade. Todavia, previu ainda Nostradamus que, no fim dos tempos, Eva trocará a maçã pela Caixa-de-Pandora, destruindo, assim, todo o universo, tornando tudo novamente numa grande bola de energia, que esperará outra mulher explodi-la novamente. 


 O termo "Caixa de Pandorarepresentaria, assim, o terrível desejo de conhecimento do homem, desmedido, sem limites, o mesmo que perpassa Adão e se concretiza no ato de Eva, com a consequente expulsão do Paraíso, ou seja, o pagamento de um preço terrível pela sede de ver sempre mais além. Este mito revela a presença feminina na Terra como a fonte de todas as aflições do Homem. Essa narrativa foi transmitida aos nossos dias graças à obra do poeta grego Hesíodo, Os Trabalhos e os Dias, no século VIII a.C. Segundo este autor, Pandora não é uma mulher má, mas o instrumento necessário e belo para a própria segurança da Humanidade, pois ela teria impedido, ao fechar a caixa antes de ser liberta a esperança, ou de acordo com outras traduções, a ‘antecipação’, que o Homem previsse seu sofrimento futuro, o que se transformaria em eterno martírio. 

A "Expressão Caixa de Pandora", usa-se em sentido figurado quando se quer dizer que alguma coisa, sob uma aparente inocência ou beleza, é na verdade uma fonte de calamidades. Abrir a Caixa de Pandora significa que uma ação pequena e bem-intencionada pode liberar uma avalanche de repercussões negativas. Há ainda um detalhe intrigante que poderíamos levantar do porque a Esperança estava guardada na caixa entre todos os males. Dependendo da perspectiva em que olharmos os pares de opostos, a Esperança pode também ter uma conotação negativa por ela. Pode minar as nossas ações nos impossibilitando da ação, nos fazendo aceitar coisas que deveríamos confrontar. 


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